Crônica da ampulheta


Se de repente você se desse conta que o tempo passou e você nem percebeu...
Se, de repente, a vida passasse diante de seus olhos num flash(como dizem que é na hora da morte) e você tivesse que se dar conta de tudo que deixou para depois?
Hoje eu tive um encontro assim, não com a morte, mas com a minha ampulheta interna, sim, acredito que dentro de cada um de nós uma ampulheta fica se movimentando, de forma contínua, até quando ninguém sabe, Deus ou o universo, talvez... e esse encontro remeteu a momentos únicos, até porque todos são, mas estes em especial me fizeram pensar mais do que o normal.
Me fizeram encontrar com pessoas que já se foram, e que na minha história acabaram se cruzando, numa foto, num texto, num comentário, e, fiquei pensando, quando as vi pela última vez? Quando conversamos pela última vez, se eu tivesse partido, o que elas pensariam hoje sobre mim?
O que estamos fazendo neste lugar chamado mundo, vivendo isto chamado vida, o que será lembrado da nossa essência?
Qual a fórmula secreta para partir sem culpa, e deixar saudade?
Questões sem resposta, perguntas sem propósito, discussão in(útil), e a ampulheta que é de cristal, bela e frágil, segue se movendo, até encher, um lado e depois o outro, e nós sobrevivendo ao vaivém do ballet das emoções.

Fran Martins

Comentários

  1. Muito reflexivo! Gostei! Achar o equilíbrio é importante. Partir, sem deixar a lista de afazeres a ser cumprida. Dar atenção as pessoas que amamos, olhar pra simplicidade do dia a dia. Buscar a felicidade pessoal!

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